Conhecendo o risco climático por meio da inteligência de dados

Conhecendo o risco climático por meio da inteligência de dados

Com IA e IoT, as seguradoras aprimoram a precificação, a prevenção de perdas e a personalização de serviços para garantir mais eficiência e resiliência.

Por: Viviane Pereira (*)

O setor de seguros tem um potencial colossal para alavancar a agenda climática global, não apenas por sua relevância econômica, mas também pela capacidade de gerir riscos e inovar. Os dados de sinistros e as análises de risco da companhia são ativos valiosos e podem orientar tanto investimentos do poder público para uma economia mais resiliente, como incentivar práticas de sustentabilidade a partir de dados de consumidores e segurados.

 

A tecnologia está no centro da transformação do mercado de seguros. A integração de Inteligência Artificial (IA) e a análise de dados da Internet das Coisas (IoT) permitem uma abordagem baseada no uso e no comportamento individual do cliente (UBI), o que pode garantir a motoristas mais cuidadosos prêmios mais baixos.

 

A Porto tem investido em tecnologias emergentes. A IA, por exemplo, é um pilar central da estratégia da empresa, contribuindo para a análise de grandes volumes de dados para precificar apólices com mais precisão e agregar valor em diferentes etapas da jornada do cliente. A rigor, essas tecnologias não se limitam à precificação, são úteis também à prevenção de perdas. A análise de dados provenientes de dispositivos da IoT, como os instalados em veículos, permite identificar padrões de risco e alertar motoristas, o que pode levar à redução do número de sinistros.

 

A Porto investe em inovação, tecnologia e inteligência de dados para gerar valor de forma sustentável para o negócio e a sociedade. Exemplo? O envio de alertas climáticos para clientes em dias de chuva forte e condições meteorológicas atípicas. A iniciativa orienta pessoas sobre riscos como alagamentos, quedas de árvores e descargas elétricas, com o objetivo de promover segurança e cuidado.

 

A análise de risco climático pelo setor de seguros oferece uma visão qualitativa e atualizada sobre os impactos financeiros das mudanças climáticas — visão em tempo real e dados com massa estatística para tomada de decisão. Ao precificar esses riscos, as seguradoras traduzem a probabilidade e a severidade de eventos extremos em custos econômicos tangíveis. Essa precificação pode servir como um instrumento para a formulação de estratégias públicas, o planejamento do uso do solo e o desenvolvimento de sistemas de alerta preditivos e investimentos em projetos estruturantes em regiões com maiores riscos.

 

Os desafios são muitos, mas a união de coalizões estratégicas é fundamental para articular e materializar ações que realmente façam a diferença na vida das pessoas. Dedicar tempo e esforços para engajar o poder público, as empresas e a sociedade nesta agenda é urgente, necessário e essencial para a construção de um futuro melhor.

 

(*) Viviane Pereira é gerente de Sustentabilidade da Porto.